Psicologia na Bahia

História da Psicologia na Bahia



O espaço da psicologia na Bahia era ocupado por curiosos, charlatães e profissionais improvisados advindos de outras áreas. A ausência de profissionais especializados em psicologia era grande e a sua necessidade sentida nos hospitais psiquiátricos, nas escolas e na administração pública. Nacionalmente o panorama era semelhante.

Na Bahia, João Ignácio de Mendonça e Isaías Alves de Almeida, professores de psicologia na faculdade de filosofia e pedagogia, respectivamente, foram os primeiros implementadores de conhecimentos sistemáticos de psicologia. O pioneiro de história do curso de psicologia na UFBA foi Quixote. Constitui-se a nível nacional, em 1957 um grupo e um movimento pró regulamentação da profissão de psicólogo.

Uma parceria da cadeira de psiquiatria com o então ISOP/FGV (Instituto de relação e orientação profissional da fundação Getúlio Vargas) propiciou, em 1955 um treinamento, sob a direção do professor Emílio Mira y Lopes. Dessa parceria nasceu o IDOV (Instituto de orientação vocacional), em 1958, sob a direção geral do professor Mira y Lopes. O professor João Mendonça estimulou seus alunos a ocuparem lugar na então equipe da IDOV. E devido a esse incentivo, o IDOV foi constituído por alunos recém-formados dos cursos de filosofia e pedagogia e por alguns profissionais mais experientes, a exemplo as professoras Alice Costa e Cidália Dias Mendes.

De 1963 à1968 houve progressos, estagnações e voltas a respeito da instalação do curso. Finalmente, em 1968 foi criado o curso de psicologia da UFBA, dez anos após ter sido fundado o primeiro curso no Brasil, em São Paulo. Várias hipóteses podem ser levantadas para responder a essa demora, preconceitos e reserva de mercado são alguns deles.

Atualmente o curso de psicologia tem se expandido e diversas faculdades o adotaram. No contexto globalizado desses novos tempos, é preciso ter cuidado com aqueles que comentem atrocidades em “nome da ciência” e que o próprio psicólogo ao constituir sujeitos como objetos de suas práticas não venha a participar, involuntariamente, de formas de dominação. Para concluir, tem pertinência uma parte da entrevista dada pelo professor Milton Santos à revista “Caros Amigos”, da editora Casa Amarela, onde ele fala da posição do intelectual e como, por efeito desta globalização, a ciência colocou-se a serviço do lucro, comandada pelos modismos, dando-se mais valor à moda que ao modo. Com a tecnização da pesquisa e a subordinação desta pelos financiamentos, os riscos do desaparecimento do intelectual público e da liberdade de pensamento em decorrência da privatização do ensino.

0 comentários:

Postar um comentário